Às vezes eu vejo alguns comportamentos padrões que me incomodam um bocado, e um deles com certeza é a fuga que as pessoas optam para não enfrentar uma realidade ou um problema de frente.
É fato que correr é mais fácil do que enfrentar e atualmente, mais vale um medroso vivo do que um corajoso morto, mas e quando a situação não envolver riscos a vida e sim a moral e caráter?
O que vale mais para você hoje? Deixar de escutar algumas verdades (que pra você nunca são verdades, e sim blasfêmias, perjuros, difamações e afirmações errôneas) ou simplesmente virar as costas, cantar 'eu não sei de nada' ou 'eu não sabia de nada'?
Claro que é virar as costas, mas para uma pessoa com um mínimo de escrúpulos e razoável bom senso, depois de algum tempo, o sentimento de 'fraqueza' começa a perturbar como se fosse uma tortura chinesa, um bambu embaixo da unha.
Estou fazendo aqui um grande mea-culpa! Sim, eu fui frio e fraco o suficiente para não ter vontade e coragem de ir ao enterro dos meus avós, fui insensível o suficiente para falar pra todos que eu não queria ir, pq a minha presença não mudaria em nada a situação! E fui sarcástico ao ponto de afirmar que a pessoa que mais se importaria com minha presença lá, não estaria lá para me receber. Será?
Contam os sábios que todos temos um Amigo, que anda sempre com a gente! Ele não gosta que falem mal da gente e protege sempre, sempre retribuindo na mesma medida o grau da maldade ou da bondade. Sim, é Ele.
Criado em família diurna-católica e noturna-espírita, eu SABIA que os que 'partiram' estariam SIM me esperando lá para um último adeus e um último alento, mas resolvi ser cego para o fato. Eu fugi, e hoje já chorei no colo de uma pessoa sofrendo com esse arrependimento, e não tem jeito, é fato irreparável, eu não fui e não vou ter um segunda chance. Hoje me resta uma plaquinha no local de repouso eterno da casca, sempre bonita e brilhante, mas não é a mesma coisa.
Shame on you, Renato.
Não corram, enfrentem. É sempre melhor.
